8 de agosto de 2011

Birra, birra e mais birra...

Téo é um anjinho, amor de criança, a mais calma de todas. Segundo me dizem as outras mães com quem eu convivo. Mas ainda assim é um bebê e volta e meia nos “surpreende” com uma daquelas birras horrendas que quando não temos filho nos fazem virar os olhos para os tais pais que não tem controle das crianças. Pois é! Não temos sempre o controle! É fato! Por mais que nos esforcemos para educar, ensinar o que não se pode fazer, tem hora que a criança parece que surta, literalmente.
As birras do Téo estão nesse estágio. Não é toda hora, é verdade. Mas já cabe em uma mão a quantidade de vezes em que ele ficou tão revoltado com uma vontade contrariada que simplesmente deu um piti daqueles de todo mundo olhar e pensar: “o que aconteceu com essa criança?!”
É engraçado pensar que aquele serzinho tão pequeno, que há pouco tempo saiu de dentro da sua barriga, pode ser tão cheio de vontades e desejos. Ele vê a gente tomando café da manhã e já vem apontando o dedinho. Aí a gente o senta na mesa. Ele indica o pão. Quando entregamos a fatia de pão integral, ele aponta o requeijão, cheio de atitude! Come seu sanduíche, e mal acaba já está com o dedinho firme em direção às frutas ou ao suco de laranja! Depende do que lhe apetecer mais naquele dia! Pensem num mini-adulto!
E é dessa pessoinha cheia de vontades que surgem as birras. Basta que o desejo não possa ser satisfeito. Já li e me informei sobre o que fazer. E eu realmente sigo o manual. Não dou bola, ignoro, nunca atendo. Mas parece que, por mais que eu “treine” meu ar blasé, ele não se rende! Como se levasse o “cabo de guerra” às últimas conseqüências!
Bom, não se pode ceder mesmo. E é preciso ignorar. Temos feito isso. Reconheço que é uma prova de fogo! Mas parece que surte efeito. Já tem uma semana que ele não dá nenhuma “alteração” significativa. Rsrsrs... O que não quer dizer que não fique bravo quando tem as vontades contrariadas, mas já dá para ver uma luz no fim do túnel, né...

9 de julho de 2011

Dormindo com os anjinhos

Escrevo direto do Rio de Janeiro! Estamos tirando uns dias de férias aqui para visitar minha irmã, Camila, e meu cunhado, Felipe. Confesso que estava com muito medo de como Téo se comportaria nessa sua primeira viagem de férias de "menino grande". Ele é não mais aquele bebezinho, né...

Os receios eram muitos: alimentação, bagunça no voo, sono (o apê deles fica perto de uma rua movimentada, faz muito barulho), banho, o frio... A alimentação já estava complicado desde dois dias antes de a gente sair de Brasília. De repente, do nada, o menino resolveu parar de comer a comida de sal! Não abre mais a boca. É um custo colocar cinco, seis colheres para dentro daquele serzinho! O normal do Téo era abrir um bocão, todo feliz na hora de comer. Agora, a "porta" fechou! Só quer fruta e leite! Afe... Felizmente descobrimos algo de sal que ele come: papinha Nestle! Na última viagem ele tinha enjoado, mas agora começou a gostar de novo... Vai entender...

No voo ele se comportou muito bem. Não chorou, não deu piti, não quis sair andando na hora do "apertar cintos"... Dormiu a maior parte do tempo no colo do pai. Um anjo! O frio daqui do Rio também não está sendo tão dramático para ele. Não deu nenhum espirro, não está com nariz escorrendo... saúde em ordem. Também não está estranhando tomar banho de ducha em vez de banheira. Não trouxemos a banheira inflável porque a gente acha mais prático dar no chuveiro. Mas na última viagem ele tinha estranhado e chorava muito no banho. Agora, o Yuri deixa ele entrar no box andando, sozinho, todo "adulto". Aí ele vai feliz e fica lá em pé, embaixo do chuveiro. Com a supervisão do pai, claro! Eu cuido da parte "logística" de tirá-lo rápido do chuveiro e colocar a roupa no menor tempo possível para que ele não sinta frio!

Mas a melhor surpresa é o sono! Ele tem dormido direto das oito da noite até às nove da manhã! Nove da manhã! É fantástico! E olha que aqui faz muito barulho! Tem uma rua importante na esquina do prédio, então a gente ouve freadas, buzinas, caminhões... Enfim, barulhos de cidade grande. Mesmo assim, Téo tem dormido muito bem. E nós estamos aproveitando também! Hehe... No mais, tudo bem. Estamos nos divertindo. Camila e Felipe são ótimos anfitriões e o Rio é ótimo, né...

25 de junho de 2011

Pronto! Meu filho é arteiro!

Eu sempre critiquei as crianças que colocam tudo de cabeça para baixo. Mas essa é mais uma opinião de quem não tem filhos ou eles já cresceram há muito tempo. Os bebês têm bracinhos de polvo, pezinhos de centopéia e mãos tão ágeis quanto de um mágico experiente.
Não que eu esteja aqui endossando o comportamento dos pais com preguiça de educar, que simplesmente ignoram as “artes” dos filhos ou dizem um “faz isso não, filho” e continuam sentados no sofá. Mas é que, mesmo sendo aquela mãe que fica grudada o tempo todo no filho, dizendo o que pode e o que não pode, eles arranjam um jeito de fazer bagunça. A gente segura de um lado e eles aprontam pelo outro.
É que não podemos simplesmente amarrar a criança. É preciso deixá-lo explorar o ambiente. O que não quer dizer quebrar os cristais da casa ou pular de sapato no sofá. Mas é preciso deixar que ele sinta as texturas, suba e desça um degrau (Téo ama! A-M-A!), pegue um objeto. E mesmo com todo cuidado dos pais, nessa tarefa diária de descobrir o mundo, o bebê acaba fazendo “arte”.
Nesse feriado, Téo conseguiu aprontar duas. Na casa dos meus pais, ele conseguiu “tapear” eu e minha mãe e quebrar uma lâmpada! Ele estava de mão dada com ela, enquanto eu falava no telefone, perto deles. Aí ele viu umas lâmpadas na beirada da mesa e não pensou duas vezes. Agarrou uma, eu peguei! Mas ele alcançou a outra e jogou no chão. Desastre total.
E não ficou nisso. Fui tomar um café com a Ju e o Zé. Estava eu me saindo bem na tarefa de comer, tomar o café, conversar , distrair Téo e controlar suas mãozinhas ligeiras. Até que, em um lapso de cinco segundos, ele conseguiu enfiar a mão dentro da xícara de capuccino da Ju e entornar toda a bebida no colo dela! Catástrofe. Fiquei morrendo de vergonha. Ainda bem que somos amigas de décadas e ela achou foi graça. Tive que emprestar meu casaco para ela amarrar na cintura e, assim, poder ir embora do local sem que ninguém achasse que a sujeira na calça era outra coisa além de capuccino!
Enfim, nós pais também vamos aprendendo. Eu já sei algumas coisas. Consigo, por exemplo, evitar que ele caia sempre. Aprendi que, se eu ficar na frente dele enquanto ele anda sem apoio, consigo evitar que caia de cara no chão, o pior tipo de queda porque tem dente, tem boca, aí sangra e etc. Já sei também que não se pode deixar nenhum talher ou louça num raio de um metro da criança. Ele aproveita aquele meio segundo em que você pisca para pegar uma faca ou jogar um prato no chão. Mas parece que nem tudo é possível controlar. Então, o jeito, é evitar as coisas mais perigosas... e embaraçosas! Xícaras de café devem ficar a dois metros da criança, no mínimo!!!

22 de junho de 2011

Aniversário e uma mãe enlouquecida

Gente, fazer festa caaaansa! Sabendo disso, resolvi que o primeiro aniversário do Téo seria um evento bem reduzido, só para os familiares mais próximos e amigos de longa data, com filhos de preferência. Ainda assim, com todas essas restrições, foram 60 convidados! Achei que por fazer algo menor, na casa dos meus pais, teria menos trabalho. Doce ilusão...
Acabei descobrindo que festa de criança é mais difícil que de adulto! Afinal, temos que pensar nos adultos E nas crianças. A dificuldade começou com o horário: teria que ser na hora do almoço, já que meu baby é do dia 12 de junho, dia dos namorados. Não queria que a festa dele atrapalhasse os planos dos casais apaixonados, né... Mas almoço para as crianças significa meio-dia! E, para os adultos sem filhos, churrasco é algo que vai começar lá pelas três. Só que festa de criança tem hora para acabar! A gente contrata os serviços por quatro horas e aí não adianta, a festa acaba mesmo...
O cardápio foi outra novela. Resolvi fazer churrasco, porque agrada em cheio aos adultos. Mas e os bebês?? Então rolou um espaguetinho a bolonhesa para eles. Sem conservantes, com molho de tomate natural, pouco sal e etc. Tudo para agradar ao paladar dos pequenos.
O mais engraçado foi que fui descobrindo na véspera que tem um milhão de coisinhas e detalhes envolvidos numa festa de bebê. Por exemplo, balões!!! Se não fosse a Adriella, minha prima, eu teria simplesmente pulado essa parte! Ela que me lembrou! Não menos importante são os brinquedos para divertir a garotada. Eu contratei uma brinquedoteca com piscina de bolinhas para atingir ao público-alvo de bebês em torno de um ano. Mas eles não curtiram muito não... Quem aproveitou mais foram os convidados de até cinco anos. Os meninos mais velhos ficaram jogando Wii. Mas no fim das contas, acho que todo mundo se distraiu...
A não ser o Téo, que mal curtiu os brinquedos!!! Aliás, ele não gostou muito da movimentação. Preferia ficar passeando pela sala da casa da minha mãe com a babá que ficar na confusão da festa. Acho que ele anda estranhando muito movimento e não está acostumado com outras crianças. Eu levava o menino até a churrasqueira e, quando o colocava no chão, lá ia ele caminhando bem rápido em direção à casa! Tsc tsc...
A mesa do bolo foi a coisa que mais gostei. O tema era ursinhos provençais e a mesa ficou muito cute. De novo, a Adriella me salvou: ela que fez os milhares de quilos de brigadeiro para abastecer tantos potinhos, copinhos, forminhas... Também comprei um cento de doces, para garantir que não sobrasse forminha vazia! E as cunhadinhas Maria e Rebecca fizeram sua deliciosa palha italiana para rechear a caixa da lembrancinha. Pobre do Yuri, que passou a semana inteira sonhando em comer o doce e não sobrou nenhum para ele! Hehe...
No final das contas, acho que para o Téo ficou tudo bem. Mas foi uma tremenda loucura para mim, Yuri e quem mais nos ajudou. São muitos detalhes! E convenhamos que a vida de pais com um filho de um ano, que trabalham e que acabaram de mudar para um novo apê, já não é das mais fáceis. A conclusão é de que valeu a pena marcar o primeiro aninho da vida dele com uma comemoração, mas que não pretendo repetir essa “empreitada”. A próxima festa será quando a situação financeira da família permitir bancar uma dessas comemorações em buffets infantis, ou então vamos cantar parabéns aqui em casa, com os avós. O importante é estarmos juntos, né... J

14 de junho de 2011

Carta ao aniversariante


Meu pequeno Téo,

Há um ano, no dia 12 de junho, você resolveu que era hora de conhecer o mundo. E, na verdade, quem conheceu o mundo fomos nós, seus pais. Você não sabia nem mamar ainda, mas éramos nós que sabíamos menos: não conhecíamos tanta felicidade e amor.
Nunca vou me esquecer da nossa primeira troca de olhares, filhinho. Você tinha um dos olhinhos meio fechado ainda e eu estava sem óculos. Mas nos enxergamos. E nos amamos. De lá para cá, você é tudo que eu vejo, ainda que você prefira ver o mundo.
Se um dia nós achamos que a vida era boa, ela ficou melhor ainda desde que você veio. Não tem noite sem dormir, passeios não feitos, viagens não viajadas que nos façam pensar que seria melhor estarmos sós. Nada, N-A-D-A pode ser comparado à alegria de sua existência entre nós.
Quando você vai dormir, repousamos no sofá, tentando nos recuperar da correria do dia. Mas dali a alguns minutos já estamos morrendo de saudades de você, loucos para que o outro dia chegue e você acorde.
Você, meu filho, não precisa fazer nada para que a gente te ame, mais que tudo na vida. Mas você “insiste” em ser a coisa mais linda, mais gostosa, mais engraçadinha do mundo, e aí fica muito difícil para seus pais não serem completamente apaixonados por você!
Esse seu primeiro ano foi o melhor de nossas vidas até agora. E, temos certeza, conviver com você será sempre o melhor da gente. Parabéns, Téozinho, que você seja sempre muito feliz.
Mamãe e papai

6 de junho de 2011

Tric-trics tecnológicos

Hoje em dia, mal a gente recebe o resultado positivo do exame de gravidez, alguém já nos passa uma infindável lista de coisas para comprar. Da gravidez ao nascimento, passando pelo parto, você tem que fazer vários enxovais com vinte mil coisas. Só depois percebe quanta tralha comprou e que não tem nem onde guardar tudo isso... Os itens vão de acessórios de “primeiríssima” utilidade, como um massageador vibratório com luz para berços portáteis, até coisas de algum interesse, como termômetros de banheira (úteis para pais de primeira viagem com medo de “tostar” o rebento com a água do banho, que periiiiigo, né!).

Na gravidez, investi “pesado” em roupas horrendas que acabei não usando. Comprei sutiãs especiais, calças com elástico na barriga, camisolas para levar para o hospital, óleos para evitar estrias... E não investi no mais importante: peças que sirvam para a amamentação. Logo que a gente sai do hospital só as roupas de grávida servem, e você não tem tempo de ir comprar roupas com botões. Ninguém me contou isso...
Em relação à amamentação, comprei uns sutiãs na Jogê que valeram a pena, porque eram bonitos e tinha preto, branco. Ninguém merece sutiã bege!!! Além de gorda e cheia de leite, a mãe ainda tem que usar lingerie cor de pele?? Não mesmo!!! As conchas de silicone foram úteis no começo, mas não precisava de tantos modelos... A almofada de amamentação se revelou super útil, porque no começo o bebê é leve, mas a gente fica muito tensa e as costas acabam doendo horrores. Bom, se você vai passar dez horas por dia amamentando, melhor ter um pouco de conforto, né... As bombas de tirar leite não cheguei a usar. Comprei uma bem simples, manual e não fui muito com a cara dela. Tirava o leite com a mão mesmo...
Para o Téo, o enxoval foi ainda mais longo. Para começar, o menino ganhou muitos presentes: roupinhas fofas, mantas, brinquedinhos, fraldas, itens de trocador... E para completar, a vovó Deborah foi aos USA comprar carrinho, bebê conforto, essas coisas que aqui são caras demais. E trouxe vinte mil peças de roupa para ele! Tinha 35 bodies brancos com manga, 29 brancos sem manga, 56 coloridos... Hehe...
Mas, um menino com essa quantidade de roupas no armário, não tinha quase nada tamanho recém-nascido, o RN! De tanto todo mundo dizer que perdia logo, que não usava muito tempo, que não valia a pena, eu acabei comprando apenas meia dúzia de bodies feinhos, todos azuis, mais uns dois ou três macacões que ele ganhou. Mais nada! E ele usou tamanho RN por um mês! Chegou uma hora que eu falei para minha mãe: “vá ao shopping e me traga roupas tamanho RN pro meu filho, pelo-amor-de-Deus!” Não agüentava mais ver o meu bebê com aqueles três macacões, já que os bodies ficavam por baixo...
Ele perdeu muitas roupas sem uso ou com pouquíssimo uso: não adianta comprar roupas de frio no tamanho que eles vão ter no verão. O bebê recém-nascido precisa ficar bem aquecido, mas logo essa fase passa. E aí eles sentem mais calor que a gente, por causa do super metabolismo. Aí não adianta nada aquele casaco de tricô para usar em janeiro! Perde mesmo...
Agora vou falar da coisa mais útil do enxoval do Téo e que, se alguém me contasse, eu não acreditaria que pudesse ser tão importante: a babá eletrônica com vídeo! Ela é mais cara que a que só tem som, mas é muito mais útil! Por quê? Porque a gente VÊ que a criança está bem, e isso, os pais e mães de primeira viagem vão me entender, é a coisa mais importante do mundo quando se tem um bebê recém-nascido. Deixa eu explicar para as grávidas e quem ainda não tem filho: você está deitada, quase dormindo (finalmente!), aí vem um barulho muito estranho do berço. A atitude instintiva é levantar correndo, quase rasgando os pontos da cesariana, para ver se o bebê está respirando!
Mas, se você tem uma telinha bem ali na sua mesinha de cabeceira, você abre um dos olhos, vê que seu bebê está ótimo e continua dormindo feliz e contente! Nos primeiros meses, os bebês fazem muitos barulhos esquisitíssimos! A maioria absolutamente normal, mas como você vai ter CERTEZA, se não conferir?? Hehe... Sem falar que, muitas vezes, o bebê acorda, mas dorme de novo sozinho. Aí você observa pela babá eletrônica e nem precisa entrar no quarto, incomodando o sono do pequeno...
Outra utilidade é quando você está numa festa, ou com visitas em casa. Se o bebê chorar no quarto, vai ser difícil ouvir. Mas com a babá você vê e fica tranqüila. Ah, e se não bastasse tudo isso, é muito bom ficar vendo ele todo lindo, dormindo! Só para constar: eu não estou ganhando nenhuma comissão do fabricante de babás eletrônicas com vídeo, ta? ;)


Quando ele descobriu a câmera da babá eletrônica dentro do berço...

CQC: Quando a falta de assunto vira desculpa para estupidez e preconceito

Faz um bom tempo que não assisto a esse programa. Quando foi lançado, até acompanhei, achei engraçadinho, mas depois me cansei do “estilo”. Como em tudo na vida, respeito quem gosta, quem faz, quem assiste... Mas achei o cúmulo o programa em que os apresentadores de tal atração resolveram, na falta de assunto, fazer piada com a amamentação.
Soube pela Maria Clara, que compartilhou o link no twitter. Fiquei chocada com tamanha falta de noção dos senhores Rafinha Bastos, Marcelo Tas e Marco Luque. Tas, que é mais experiente, parecia perceber o absurdo dos comentários do tipo: “Que a mãe vá amamentar no banheiro!”. Gente, nenhum ser humano merece fazer suas refeições no banheiro. Quem dirá um bebê!
Será que é tão difícil assim ter bom senso para perceber algo assim? Ou será que o CQC perdeu a criatividade e resolveu apelar para o humor fácil dos comentários preconceituosos e estúpidos? Porque o show de asneiras continuou em um ataque aos peitos “murchos e caídos das mães”. Aos “peitos que precisam de joelheiras em vez de sutiãs”.
Meus senhores, vocês não estão falando da última capa da Playboy, e sim de mães, mulheres que acabaram de dar à luz e estão ALIMENTANDO seus filhos! Amamentação nada mais é que isso: alimentar um bebê. Muitas mulheres têm, sim, vergonha de expor o seio, que culturalmente tem um forte apelo sexual. Mas, por uma necessidade natural, precisam tirar o peito para fora sim, em qualquer lugar sim, a qualquer hora sim, pelo simples motivo de que o bebê tem fome e precisa comer.
Falando bobagens deste tipo, esses senhores irresponsáveis incentivam o pudor, a vergonha de um ato natural, e o preconceito que muitas mães já têm em relação à amamentação. Estão dando mais motivos para que muita gente pare de amamentar, negando aos bebês, que nascem sem ter nada a ver com isso, o direito de tomarem o alimento mais completo e saudável possível!
Vamos fazer assim: se o senhor Rafinha Bastos tem tanto nojo de seios e bebês mamando, que  feche os olhos, saia do ambiente em que uma mulher “com peitos murchos e caídos” tenta alimentar seu filho. E satisfaça seu desejo doente de ver a Gisele Bündchen amamentando com revistas masculinas. Porque só uma mente muito perturbada pode associar amamentação com desejo sexual. Nunca em minha experiência de mãe amamentando percebi qualquer olhar masculino para meus seios, seja de desejo ou reprovação. Ainda bem, só convivo com gente saudável e civilizada.
E, não, meus seios não caíram. Ficaram lindos e maravilhosos durante a amamentação. Não adianta dizer que estou simplesmente “vestindo a carapuça” para os comentários preconceituosos. O senhor perdeu a chance de desqualificar minha crítica usando a piada pronta “deve ser uma mãe gorda de peitos caídos”...

29 de maio de 2011

Dica da semana: brechó de bebê

Acho que tem tudo a ver com essa onda de vida sustentável a gente reaproveitar o máximo de coisas possível, evitando o desperdício. A única coisa que eu sou contra é parar de usar fralda descartável, que é um dos maiores avanços tecnológicos da humanidade, em minha modesta opinião. Já falei que eu paro com tudo, sacolinha de plástico, copo descartável, embalagens não-retornáveis, mas fralda e absorvente vou continuar usando!
Bom, voltando ao assunto, eu acho a ideia de brechó para bebês bem legal, porque a maioria das coisas dos nossos filhos é usada pouquíssimas vezes! Eles crescem rápido demais até o primeiro ano de vida, não dá para “acabar”com as roupas, como acontece com “gente mais velha”...  E não adianta guardar, porque eles nunca mais terão aquele tamaninho RN! Téo tem algumas peças que nem chegaram a ser usadas: aquela blusa de frio com o tamanho que ele tinha no verão, sabe? Ou aquela bermudinha que não dava para usar no inverno e quando esquentou já não servia mais...
Já tinha ido a um brechó aqui em Brasília. Mas não tinha gostado, porque as roupas eram muito ruizinhas e os brinquedos imundos. Dava uma ideia de coisa abandonada, de lixo mesmo... Achei estranho, porque quando eu vou fazer uma doação de roupas ou brinquedos usados, eu sempre separo o que não dá para aproveitar. Coisa suja e estragada não dá, né... Ainda mais em uma loja!
Aí, nessa sexta-feira, eu conheci um outro brechó que é bem legal. É pequenininho e a própria dona atende. Tudo é limpo e com aparência de novo. Tem roupinhas lindas, a maioria de menina. Deixei umas roupitchas do Téo que não servem mais lá. Quem sabe “apuro” um dinheirinho e posso trazer para casa algumas “novas” para ele! Hehe...
Serviço
Era meu agora é seu
CLN 112, bloco C, loja 64 (no prédio da Saborela)

25 de maio de 2011

Nova casa, novos desafios

Depois de dez dias dormindo no berço portátil no mesmo quarto que a gente, na casa dos meus pais, é de se esperar que Téo tenha estranhado a casa nova. Mudamos nessa terça-feira, para nosso apê definitivo. O sono dele já não estava essas coisas, mas a primeira noite dele aqui foi pior ainda. Ele não queria ficar no berço normal, não queria ficar sozinho no quarto, custou a adormecer e acordou duas vezes no meio da madrugada.
Na consulta dessa quarta com a pediatra, relatei as dificuldades com o sono. Ela disse que nessa fase piora mesmo, porque ele resiste mais que nunca ao sono. Mas que eu não deveria ficar “desvirando” ele, quando não quer dormir. A doutora sugeriu que eu ficasse sentada no quarto, mas que esperasse Téo se deitar sozinho para dormir na hora que o sono apertasse.
Mãe esforçada para fazer tudo que é recomendado, lá fui eu. Entrei no quarto às 19h30, sentei no chão ao lado do berço e fiquei lá por uns 45 minutos. Fiquei calmamente assistindo a ele se virar, levantar, ficar em pé, gargalhar, cuspir a chupeta... Enquanto isso, cantava uma música de ninar. Aí, quando ele começava a chorar, eu o segurava pelas mãos e o ajudava a se deitar sozinho. Sempre sentada no chão, no escuro.
Ele levantou e deitou menos vezes que quando eu mesma o deitava “à força”. Não achei o processo tão difícil. Foi demorado, mas pelo menos ele chorou menos que das outras vezes. Depois que ele adormeceu, saí do quarto e não tive que voltar mais. Téozinho ficou dormindo profundamente. Só deu uma resmungadinha quando o pai entrou no quarto para ligar o aquecedor e eu abri um armário barulhento no quarto ao lado (imaginem que armário barulhento!).
Consulta com a pediatra
Téo está com 75 centímetros e 10,6 quilos. Um pouco acima da média, mas dentro dos padrões saudáveis. A principal novidade é que, a partir de agora, a alimentação dele será a mesma que a nossa. O que nos obrigará, mais que nunca, a comer saudável sempre. Mas a doutora disse que, no fim de semana, dá para fugir um pouquinho da “dieta” e ele pode experimentar coisas típicas da culinária engordativa do dia-a-dia, como um estrogonofe.
Doces continuam desaconselhados, porque podem atrapalhar a ingestão dos alimentos que importam. Para mim e Yuri, isso não é problema. A gente faz questão de não dar açúcar para ele, enquanto for possível controlar. Afinal, estímulos para comer chocolate não vão faltar, mas para aquele “suculento” brócolis...

20 de maio de 2011

Dica da semana: Papinhas caseiras congeladas

Gente, vou começar a postar algumas dicas de coisas legais que eu vejo para facilitar a nossa vida. A de hoje é, na verdade, uma que eu recebi da Ju, mãe da fofíssima Letícia. É uma nutricionista que prepara papinhas caseiras, com alimentos orgânicos, e vende congeladas. Assim, a gente pode, no fim de semana, dar uma comida mais parecida com a do dia a dia sem ter trabalho. Porque, convenhamos, papinha Nestlé quebra o maior galho, mas não parece a comidinha de casa que a gente prepara para os babies. E, vocês vão concordar comigo, ninguém merece ficar com a barriga no fogão o fim de semana inteiro cozinhando papinha! Ainda não tive tempo de testar, mas a Letícia testou e aprovou! Rsrsrsrs... #ficaadica!

O nome dela é Elaine e os contatos são: 3327 0073/ 9128 9959. Seguem as informações que ela passou:

"As papinhas são produzidas com alimentos orgânicos (carnes, frutas e legumes) e ingredientes de qualidade, proporcionando à criança alimentos naturais, livres de agrotóxicos, conservantes químicos, aromatizantes artificiais, entre outros. A forma de conservação é feita pelo congelamento, garantido as características do alimento como: sabor, coloração e propriedades nutritivas.
A papinha caseira garante todo esse processo para você. A segurança sanitária do alimento é obtida por meio de uma higienização correta dos alimentos, equipamentos, utensílios e do ambiente. O emprego adequado do tempo e da temperatura de cozimento e congelamento assegura a qualidade nutricional do produto final.
Pensando nisso, oferecemos a você o mais variado cardápio de acordo com a fase e necessidades nutricionais da criança."


1º fase de 4 á 6 meses
Salgadas (100 ml):
Batata com cenoura
Abobora com abobrinha
Mandioquinha com espinafre
Beterraba com chuchu
Batata doce com inhame
Obs: se o pediatra liberou carne na papinha poderá ser acrescentado o frango ou a rã (hipoalergênica)

2º fase de 6 meses á 8 meses
Salgadas (150 ml):
Inhame, abobora, couve-florc/ ( frango ou rã )
Batata, cenoura e beterraba
Mandioquinha, brócolis c/ (frango ou rã)
Carne, chuchu, batata e agrião
Carne com espinafre e batata doce
Gema do ovo, chuchu, abobora e batata

3 º fase: de 8 á 12 meses
Salgadas (150 ml):
Frango com arroz, alho poró e cenoura
Cabelo de anjo com feijão cenoura e chuchu
Cozido de carne com cenoura, espinafre e beterraba
Primeiro espaguete à bolonhesa (molho de tomates sem sementes)
Fígado com grão de bico, abobrinha e abobora
Mandioquinha com lentilha

Valores:
Salgadas :R$ 4,00
Salgadas com rã, cordeiro :R$ 6,00
Obs: será cobrada taxa de entrega de acordo com a localidade

Modo de preparo
Congelado no microondas: retirar a tampa e aquecer na própria embalagem por 2 minutos em média
Descongelado em refrigeração por 24 horas: retirar a tampa e aquecer na própria embalagem no microondas por 1 minuto em média ou em banho-mariaaté atingir 74∘c.
Antes de oferecer para a criança, misturar uniformemente o conteúdo.
Conservação e prazo devalidade
Conservar o produto congelado até o seu uso. Após aberto e descongelado, consumir em até 12 horas. Nenhum produto depois de descongelado poderá ser recongelado.
Prazo de validade:
Congelado: 6 meses ( 180 dias)
Resfriado em geladeira: até 24 horas
Nutricionista:Elaine Moreira
 CRN 1- 5228




19 de maio de 2011

A delícia e a dor de amamentar

Depois de um tempo a gente vê o passado com os óculos cor-de-rosa da nostalgia. Eu sempre falo bem da amamentação, o tanto é que gostoso esse momento com o bebê, o quanto é prático tirar o peito pra fora e saciar a criança, a delícia que é alimentar o próprio filho e etc. Mas quem lê pode pensar que foi sempre tudo perfeito para mim. Hoje, eu estava me lembrando, como se tivesse sido num tempo beeem distante, as dificuldades que tive.
No comecinho, o bico do peito racha e fica bem sensível. Para aliviar, eu tomava sol sem sutiã e usava aquelas conchas de silicone para o peito não tocar na blusa. Até o primeiro mês, os vazamentos eram constantes eu não podia dormir sem acordar encharcada. E tinha a dificuldade de encontrar a melhor posição para dar de mamar. Ato natural que nada! É uma posição muito pensada, caso contrário as costas doem miseravelmente.
Mas tudo isso é fichinha perto da complicação que era trabalhar e amamentar exclusivamente. Eu só fiquei sem trabalhar o primeiro mês da vida do Téo. Eu dava aulas numa faculdade em Taguatinga, bem longe da minha casa, antes de passar para o doutorado na UnB. Para poder dar prioridade à minha pesquisa, sem ficar fora da sala de aula, precisava trabalhar numa faculdade no Plano Piloto, com uma carga horária menor.
Eu consegui ser chamada em duas boas faculdades do Plano, mas justamente quando já estava grávida. Não preciso nem dizer que os departamentos de RH não quiseram contratar uma gestante, né... Mesmo os coordenadores de ambas não vendo problema nenhum, o setor responsável pelo pagamento nunca quer uma funcionária nesse “estado”, logicamente.
No final de julho do ano passado, fui chamada para dar uma disciplina que eu adoro, numa das melhores faculdades da cidade, e a mais próxima da minha casa! Perfeito, né?! Mais ou menos. Profissionalmente, era tudo que eu queria mesmo. Mas Téo não tinha nem um mês de vida e eu tinha acabado de descobrir o hemangioma dele.
Com ele tomando altas doses de corticóide, a vacinação teve que ser atrasada. Para meu filhinho, a amamentação passou a ser mais importante ainda: meu leite era a única defesa dele mesmo. Então, eu decidi partir para o desafio de amamentar exclusivamente, e dar aula na quinta à noite e na sexta de manhã.
Tirar o leite era a primeira parte da “novela”. Ele mamava praticamente de duas em duas horas durante o dia. Então, eu tinha que tirar o leite à noite, quando o intervalo era maior. Lavava braços, mãos, seios. Esterilizava o copinho, sentava numa mesa forrada com pano limpo, de touca no cabelo e uma fralda amarrada na frente da boca e do nariz. E passava uma hora tirando leite. Às vezes, terminava todo o processo depois de 1h da manhã! O horário de sono que eu tinha, eu passava tirando o leite para congelar.
Pensa que acabou aí a dificuldade? Nãnãninãnão! Aí eu o deixava na casa dos meus pais. A Camila esquentava o leite congelado em banho maria, meu pai segurava Téo no colo e ela ia dando de copinho! Eles terminavam encharcados com o leite, o meu leite! Rsrsrs... O bebê cuspia quase tudo, mas dava para matar a fome até eu chegar. Eu chegava lá pelas 23h e ia para casa com ele. Tinha que tirar o pequenino do berço da casa dos meus pais para levá-lo pra minha casa. Morria de dó.
Chegando lá, dava de mamar de novo, e lá pela 1h da manhã ia dormir. Às 3h, ele mamava de novo e às 6h eu acordava para me arrumar para a aula da manhã. Ele mamava de novo perto das 7h e lá ia eu. Na hora do intervalo da aula, Yuri levava Téo até a faculdade e eu ia escondidinha até o carro para dar de mamar. Não dava para ele dar o leite de copinho, porque a logística era complicada e exigia alguém para segurar o bebê.
Ficava com uma peninha do Téo, porque quando acabavam os 20 minutinhos do intervalo tinha que tirar ele do peito. Só dava para forrar a barriguinha... E os meus alunos sem saber de nada dessas minhas aventuras! Dava a hora do intervalo e eu saía “fugida” para que ninguém viesse falar comigo, diminuindo ainda mais o “lanche” do Téo. Na hora da saída, eu também torcia para ninguém querer esticar a aula, porque sabia que tinha um bebê chorão à minha espera. Isso era muito chato, porque eu gosto de dar aula, de conversar com os alunos depois da aula para tirar dúvidas e etc... Mas não dava! Téo não entendia isso.
Uns dois meses depois, adotamos a mamadeira. Era mais fácil. Ninguém ficava sujo de leite materno (ecati!), o leite rendia mais, porque Téo não babava ele todo, e Yuri podia dar o leite sozinho, sem ter que ir até o meu trabalho. Quando ficou assim, tudo parecia um mar de rosas!!! E melhorou ainda mais perto do sexto mês, porque ele aguentava esperar eu chegar da aula. Aí eu estava no paraíso!
Aos nove meses e meio, quando ele parou de mamar no peito, a coisa toda ficou inacreditavelmente fácil. Hoje, eu vou para a UnB ou dar aula sem me preocupar. No comecinho, eu saía de casa muito triste, chorava o caminho inteiro. Agora, eu saio para meus compromissos tranquila, feliz. É uma diferença e tanto! E acredita que eu ainda fico falando por aí que amamentar é uma coisa muito fácil?!? Rsrsrs...

18 de maio de 2011

Déjà Vu

Desde que viemos para a casa da minha mãe, enquanto esperamos nossa casa nova, parece que eu vivo em constante déjà vu. O cheiro do sabonete, o gosto apimentado da comida, os travesseiros... E não é porque tenho lembranças da época em que morei aqui antes de casar. Eu me lembro é desse mesmo período do ano passado, quando Téo nasceu e passamos 40 dias aqui. Tem quase um ano. Depois da primeira semana, eu estava fisicamente bem. Mas não queria sair do meu ninho enquanto não estivesse segura para poder criar o ninho do meu pequeno.
Na verdade, não consegui me sentir segura o suficiente para voltar para casa, mas voltei mesmo assim. É a vida, né... Não que meus pais me ajudassem demais da conta nos cuidados com o bebê recém-nascido. Éramos eu e Yuri que cuidávamos dele o tempo todo. A Camila ainda morava aqui e era quem mais ajudava, trocando fraldas, dando banho e cuidando dele. Mas o grosso, as madrugadas e tal, ficava comigo e o pai da criança mesmo. Nada mais justo, na verdade... Quem pariu Moises que balance!
Mas é que a casa dos meus pais funciona como um lar. Tem sempre movimento, gente entrando e saindo. Alguém que a gente pode “gritar” num momento de dificuldade. E alguém para fazer companhia nos momentos calmos. Aqui tem comida nos horários certos, a roupa tem dia para ser lavada e passada, a limpeza é feita religiosamente todos os dias.
Nada disso tinha na minha casa. Em quatro anos de casada, eu almoçava na casa da minha sogra e jantava qualquer coisa que desse na rua. Nunca tinha nada nos armários para ser cozinhado e a roupa não seguia rotina nenhuma. Você colocava um jeans para lavar e não sabia quanto tempo depois ele estaria no armário de novo. A limpeza era feita com regularidade, mas sem nenhum controle, já que eu nem mesmo encontrava a diarista. Ela ia quando eu não estava lá.
E tudo isso mudou drasticamente com a chegada do Téo. Eu “apanhei” nos primeiros meses, tentando entender como deve ser a dinâmica de uma casa. Na primeira semana em casa, eu ainda achei que ia dar para retomar a rotina de almoçar com a minha sogra. Era legal ter esse hábito e a comida lá é sempre ótima. Mas não deu. Depois de passarmos alguns dias sem almoço, eu e Yuri entendemos que Téo mandava no pedaço agora e que nada seria mais prático que comer em casa.
Aí eu parti para as compras de mês, arrastando um carrinho pesadíssimo, com uma lista na mão, conferindo preços. Uma típica dona de casa! Partir para o fogão já era outra história, porque não nasci com essas prendas culinárias meeesmo. Mas a Gilene, nossa talentosa cozinheira e arrumadeira, precisava de um “norte”, para não repetir peito de frango, arroz, feijão e salada todos os dias. E lá fui eu elaborar o cardápio mensal da casa, dizendo o que deveria ser feito no almoço e o que deveria ficar pronto para a janta. Foi tão difícil para mim! Até hoje o café da manhã lá em casa não está “bem resolvido”. Pode me dar uma revista científica de 500 páginas em francês para ler, mas não me peça para administrar um lar com facilidade!
Um lar. Agora é isso que eu, Yuri e Téo temos. Na nossa casinha tem compra de mês, horário de refeição, logística de lavar/passar, rotina de limpeza. E graças à ajuda de minha sogra, teremos também uma mesa na casa nova! Vamos sentar em volta dela no horário das refeições e sermos, os três, a melhor coisa do mundo: uma família.

16 de maio de 2011

Meu príncipe caminhante

É impressionante o que a liberdade faz com as pessoas desde a mais tenra idade. Téozinho vivia apertado na nossa mini-casa-duplex-de-50-metros-quadrados. Ia para um lado acabava a sala, um passo a mais e estava passando para a cozinha, área proibida. Na escada, também não podia ir. Na varanda, nem pensar. Enfim, estava sempre cerceado por limites físicos ou psicológicos (medo dos pais de ele cair).
Desde que viemos para a casa dos meus pais, em seus inúmeros metros quadrados, ele vai e vem o tempo todo. Engatinha direitinho com uma velocidade nunca vista na história destes pais. Anda segurando de um móvel para o outro e o outro, e assim por diante. Quando uma cadeira está longe demais de uma mesinha, ela engatinha até o “alvo”. Mas se estiver pertinho, ele se joga, literalmente, destemido como nunca antes tinha sido.
A gente vira para o lado para falar com alguém e lá está ele quase quebrando um copo do carrinho do bar. Olha para a tela do computador e quase se vai um objeto trazido pela avó de viagem que repousava na mesa de centro. Pisca e o menino está dependurado numa mesa de vidro. Sem falar na habilidade de movimentação supersônica em direção às tomadas e objetos cortantes!
Agora, emoção maior tivemos ontem. No restaurante, o pequeno corajoso testava seu equilíbrio soltando as mãozinhas e batendo palmas. Numa dessas, resolve dar dois passinhos em direção ao pai. Conquistado o feito, se jogou no chão de joelhos, gargalhando. E repetiu a dose seguidas vezes: dava dois passos e caía gargalhando alto, gostoso, feliz da vida. Uma lindeza de se ver.
Mais tarde, fomos ao shopping e quem disse que ele se acostumou com seu tradicional meio de transporte, o carrinho de bebê?! Quis explorar o território andando. Uma mão empurrando o carrinho, outra apoiada no meu dedo. E lá se foi. Ensaiando até mesmo uns passinhos de corrida!
E aí eu me dei conta, emocionada: meu pequeno príncipe estava caminhando. Dando seus primeiros passos, e bota primeiros nisso! Quantos mil passinhos ele ainda vai dar até se tornar seguro para soltar nossa mão, o carrinho e as cadeiras? Quantos milhões de passos ele vai dar até crescer e não precisar mais da gente? Não importa, os primeiros passos ele já deu. Um homenzinho. Orgulho da mamãe.

9 de maio de 2011

Últimas notícias

O dia das mães foi incrível! Acordei com Téo carregando duas sacolinhas de presente, com a ajuda do pai, claro. Ele ficou todo gostoso e chameguento comigo, deitadinho na minha cama. Almoçamos com minha mãe e avó. A sobremesa foi com minha sogra. E o dia ainda teve direito a um jantar com Téo e Yuri na minha pizzaria preferida! Salada caprese, pizza de alho-poró com mascarpone, vinho... Amei!

O sono dele ainda está meio bagunçado. Voltou a cochilar de tarde, apesar de estar super difícil convencê-lo a se entregar a Morfeu... Mas acho que está melhor que na semana passada. Tirando que ele acordou 5h45 no domingo! Rsrs...
Tenho uma notícia um pouco chata: Téo voltou com o propanolol. Não é que o hemangioma tenha aumentado, mas a gente achou que a manchinha está mais avermelhada que antes. Aí Dra. Heloisa achou melhor retomar por uns meses. E nos tranqüilizou dizendo que, depois desses meses, se sobrar hemangioma ainda, poderemos fazer o tratamento com o laser modernoso que tem em SP. Quando formos para lá em agosto, acho que vamos saber se será necessário. Apesar de ter sido chato retomar o remédio, não ficamos muito preocupados não. Não chegou a pioraaar assim, sabe... Foi muito discreto. É que o tratamento é tão bom, temos tanta confiança, que a gente prefere não arriscar a piorar mesmo.
Vamos nos mudar essa semana. Não sei como vou fazer para atualizar o blog. Mas vou tentar. Até!


4 de maio de 2011

Acabou-se o que era doce?

Esqueçam tudo que já falei aqui sobre a rotina de sono do Téo: nada funciona mais! Tem quase uma semana que o menino começou a ficar rebelde na hora de dormir. Não sei se é porque ele está crescendo, daqui a uma semana faz onze meses; não sei se sentiu alguma mudança na rotina, não sei... Só sei que o bebê não quer mais dormir.
Eu não percebi mudanças significativas. Ele janta, come fruta, toma banho, a babá me entrega ele, eu ponho no colo, dou água, ponho a chupeta, canto, coloco no berço, dou o travesseirinho e vou saindo. Aí ele chora. Chora muito! Berra! Volto lá e ele está em pé. Aí deito ele de novo, dou o travesseirinho, canto. Ele vira de bruços, fica na posição de engatinhar, vai até a barra do berço, fica em pé. Eu o deito e etc etc...
Quando ele começa a cansar, o ciclo se repete até a parte de ele ficar engatinhando no berço, mas eu o deito, e ele continua virando e ficando de gatinho. Pensei em sair, deixá-lo lá, engatinhando até cansar. Aí o menino berra. Chora de sair lágrimas! Volto, ponho a chupeta, deito, ele vira... Já tentei “vencê-lo” pelo cansaço: deitei ele de costas umas 39 vezes seguidas e ele continuava virando, incansável.
O que tem dado certo é deixar o bebê chorando um tempinho, uns cinco, dez minutos! Aí quando eu volto, ele está cansado e dorme. Mas essa alternativa é muito ruim! Além de partir o meu coração fazer essa “maldade” com ele, acho que deve afetar a qualidade de sono deixar o menino tão irritado logo antes de dormir.
Juro que dá vontade de colocá-lo na minha cama até adormecer. Mas acho que aí ele vai ter conseguido me manipular totalmente e tudo que tenho feito até hoje para criar uma rotina de sono estará perdido. Por isso me esforço para que essa “fase” passe e Téo volte a dormir tranquilamente. Vamos acompanhar...
Yuri acha que ele está assim porque descobriu tardiamente a “capacidade” de ficar em pé no berço e agora quer experimentar isso a todo custo. Ele já ficava em pé sozinho há mais de um mês em tudo que é canto, mas não sabia que dava para repetir a “façanha” no bercinho. Aí parece que ele se sente na “obrigação” de fazer isso. É um palpite. Alguém tem outra sugestão?

2 de maio de 2011

Mais coisas sobre a gravidez que ninguém conta...

Os três primeiros meses são os piores
Antes de engravidar a gente tem a ideia de que a gestação vai se tornar “insustentável” a medida em que a barriga crescer. Seguindo essa linha de raciocínio, os piores meses seriam o sétimo, o oitavo e o nono. Mas isso é um ledo engano. O primeiro trimestre é o pior. Como pode?!? É o período em que a barriga não cresceu, não há dor nas pernas, as roupas normais ainda servem! Mas é.
A explicação é a grande carga hormonal que o corpo tem que “aguentar” nesse período para a gravidez se firmar. Provoca uma sensação de angústia, de que algo ruim vai acontecer. Eu fiquei imaginando que deve ter uma razão evolutiva para isso. Vejam se faz sentido ou se estou viajando: nesses primeiros meses existe o risco de aborto espontâneo, então é interessante para a “propagação da espécie” que a “fêmea” fique mais reclusa, mais quieta, enquanto o embrião se firma, né...
Além disso, existe uma cólica eterna, que é provocada pela formação da placenta. Essa parte é bem chatinha. Mas nada que se compare ao gosto ruim na boca. Um gosto metálico. Eu não cheguei a ter os clássicos enjôos, seguidos de vômitos e etc. Mas tudo que eu gostava de comer ficou com gosto ruim. Não queria saber nem de chocolate! A única coisa que descia bem era salada caprese, que eu comia de duas a três vezes por semana!
E os cheiros? Aff!!! Não cheguei a enjoar do marido, mas não suportava entrar na minha casa e nem no meu carro. E eu tinha acabado de comprar um Bamboo Dreams, da MMartin! É o perfuminho de ambiente mais gostosinho que existe! O carro estava com cheiro enjoativo mesmo: na revisão, fizeram limpeza do ar-condicionado e botaram aquelas essências horrorosas.
E a gente ainda tem que ouvir abobrinhas das não-grávidas que nunca tiveram filhos e das que tiveram, mas esqueceram como é: “Fique feliz, gravidez é uma coisa linda!”, “Mulher que vomita está rejeitando o bebê!” Quanta ignorância... Como se todo o desconforto tivesse algo a ver com o desejo de ter o filho! Se alguém te disser que está muito deprimida, ignore. Culpa da progesterona.
E a boa notícia: tudo isso passa como um reloginho da natureza: o quarto mês chega e a gente se sente ótima. Dá para passear, praticar esporte, sair, enfim, levar uma vida super normal. Só vai se tornar insustentável de novo bem pertinho do bebê nascer. Quando chegou ao ponto em que eu não agüentava mais, Téo nasceu em uma semana.
A gravidez não dura nove meses!
A gente cresce ouvindo falar nos nove meses de gravidez, que fulaninho e fulaninha ficaram juntos e “nove meses depois...”, que em nove meses dá até para nascer um bebê. Mas na hora em que engravida, descobre que a gestação é contada em semanas. Dura de 37 a 42 semanas. Ou seja, algumas mulheres vão ficar grávidas quase dez meses!
O mais engraçado é que os não-grávidos perguntam: “Quantos meses?” E a gente responde: “25 semanas”! E nem sabe quantos meses dá isso! E depois que o bebê nasce, esquece essa conta das semanas também e passa a perguntar: “Quantos meses?” Hehe...
Peito pequeno, pouco leite
A quantidade de leite materno produzido não tem nenhuma relação com o tamanho da mama. Costuma ser uma associação normal, até mesmo óbvia, que as mulheres com seios grandes vão ser melhores “amamentadoras”. Mas nenhuma grávida precisa se preocupar com isso, porque não tem nada a ver mesmo. Posso falar por mim: mesmo tendo seios pequenos, ainda mais para os padrões siliconados da atualidade, tive muito leite. Muito mesmo, bastante. Enquanto Téo quis.
A produção de leite é única e exclusivamente regulada pela demanda. Se a mulher está saudável e ela oferece o peito ao bebê quando ele quer, haverá leite. O maior erro que a gente comete é seguir as orientações rígidas sobre a amamentação: vinte minutos no peito, de três em três horas. Para muuuitos bebês isso não é suficiente. Téo mamava por uns quarenta minutos ou mais, em intervalos muitas vezes menores que três horas. E se você só colocar o bebê no peito por vinte minutos, de três em três horas, a produção de leite será proporcional a isso e seu bebê ficará sempre faminto.
É isso. Espero ter ajudado. Se vocês tiverem alguma sugestão de assunto, postem nos comentários!  

30 de abril de 2011

Reflexões de parto

Eu queria fazer parto normal. Porque é melhor para o bebê, a recuperação é mais rápida, é o que a OMS recomenda, tenho medo de cirurgia, outros “n” motivos e porque, afinal, é normal. Mas acho que nunca tive certeza que conseguiria, porque meu limite para suportar a dor é baixo. Sou bem fresca. Por isso, sempre achei que o mais lógico para mim era fazer um parto normal, mas com analgesia.
Mas não encontrei ninguém que topasse fazer isso. A Ju, que é anestesista e participou de uma discussão sobre analgesia de parto em um congresso, disse que em outros lugares do mundo parto sem nenhuma técnica para diminuir a dor já é coisa do passado. De um passado bem distante. Chega a ser ridículo para a medicina brasileira nosso atraso em relação a proporcionar uma experiência de parto menos dolorosa para as mães. O meu obstetra, por exemplo, questionou “você está querendo parir sem sentir dor??”. Siiiim, oras! Por que não? Não sou uma mulher da idade da pedra, os médicos de parto é que são!
O negócio é que com a peridural, anestesia usada durante o trabalho de parto, pode haver um pouco mais de dificuldade para expulsar o bebê. Nada que impeça o nascimento, mas que vai demandar mais experiência e técnica do médico. Aí entra a história do “Tostines é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é frequinho?”. Os médicos não fazem muitos partos normais, que dirá com anestesia, e aí acabam preferindo fazer cesáreas, já que estão mais acostumados.
Quando engravidei, estava com a mesma médica há mais de dez anos. Ela era ótima, me passava segurança, era atenciosa com as dúvidas, um amor. Mas quando perguntei sobre parto, se mostrou fortemente favorável às cesarianas agendadas, embora garantisse que faria o parto que eu achasse melhor. Acreditei que ela faria o normal se eu insistisse e continuei com ela. Até que, lá pelo sexto mês de gravidez, tive uma forte gripe, com inflamação de garganta e fiquei podre, poooodre! E ela não me atendia. E eu tendo que tomar um monte de remédio, injeção e xarope sem ter a quem consultar se aquilo era seguro mesmo!!! Alguém confia em médico do pronto-socorro??
Era janeiro. Ela estava de férias. Não comentou comigo na consulta anterior. Descobri pela secretária, depois de ligar inúmeras vezes no celular e no consultório. É claro que eu sei que médico é gente e merece tirar férias, mas ela teria que ter comentado comigo e me indicado um médico da confiança dela para eu ligar em caso de emergência. Senti que a confiança se quebrou e fui atrás de outro médico.
Cheguei a receber indicação de uma médica que fazia parto normal, que era a favor da analgesia, mas naquela altura era inviável. Cada consulta era 250 reais e o parto custava 4 mil durante o horário comercial e 6 mil no fim de semana e de noite. Com tantos gastos que a gente tem montando quarto e enxoval, era impossível juntar tanta grana faltando três meses para Téo nascer. Segui a indicação de um médico conhecido do obstetra da família que fez os partos da minha mãe, mas que hoje está aposentado dos partos.
Doutor Tartaruga me pareceu seguro e experiente. Ele não era de muito conversa, esclarecia minhas dúvidas rapidamente e pronto. Nada de ficar falando e falando, como minha médica anterior fazia. Decidi parar de procurar médico quando ele me disse que partia do princípio de que todo parto era vaginal e me garantiu que preferia fazer um parto 4h da manhã a correr o risco de tirar um bebê antes do tempo fazendo cesárea agendada. Isso era fundamental para mim. Não queria marcar o parto de jeito nenhum.
De fato, Doutor Tartaruga esperou que eu entrasse em trabalho de parto. Mas de forma alguma respeitou meu desejo de fazer o parto normal. Hoje, olhando para trás, percebo, inclusive, que ele forçou a cesárea. Quando eu disse que estava com dor e perguntei se era possível fazer algo, ele disse que ia me dar remédios para induzir o trabalho de parto, e eu sabia que isso faria a dor aumentar muito. Eu já estava com quatro centímetros de dilatação e tinha chegado nisso em pouquíssimas horas, mas ele disse que o trabalho ia durar pelo menos, NO MÍNIMO, mais oito horas! E ainda me assustou dizendo que o fato da bolsa ter rompido aumentava o risco de infecção no Téo! Depois descobri que o jeito como a minha bolsa rompeu, liberando o líquido aos poucos, até facilita a saída do bebê!
Bom, agora não adianta chorar o leite derramado. O importante é que Téo está aqui. Lindo e saudável! Mas achei horrível fazer cesárea. Doeu muito o pós-operatório. Meu limite para dor é baixo mesmo! Nos primeiros dois dias eu só conseguia pensar “Téo vai ser filho único, filho único!”. Depois da primeira semana melhorou, eu já conseguia andar com mais altivez, e até sentar e levantar sozinha (apoiando nos móveis, claro).
E para quem ainda não teve filho ou está grávida, eu digo que não precisa se assustar. Só estou contando que a minha cesárea doeu para desmistificar essa história de que é um tipo de parto indolor. Mas muitas mães não sentem dor nem na cesariana nem no parto normal. Além disso, depois desses primeiros dias, você olha para a carinha daquela pessoa que saiu de dentro de você e esquece tudo. Dor? Que dor? Pode mandar mais uns filhos aí que eu aguento fácil!
Tem como pensar em dor olhando para um anjinho desses?

28 de abril de 2011

O Dia D

Dia 11 de junho de 2010, sexta-feira
Manhã – Acordo com a notícia de que nasceu o priminho do Téo, Arthur, filho da Flávia e do Pedro. A gente combina de ir visitá-lo no sábado. Yuri diz que temos uma festa à fantasia para ir à noite. É aniversário de um amigo dele. Assisto ao jogo de abertura da Copa. Termino de ler a monografia de uma aluna da pós que estava orientando.

Tarde – Vou com minha mãe cortar o cabelo. Ela sugere que eu pinte também. Mas, cansada, digo para deixar para o dia seguinte. Vou para a casa dos meus pais e durmo quase a tarde toda. Lá pelas cinco e meia, acordo. Meus pais pedem para que eu fique para o jantar. Digo que não porque preciso me arrumar para a festa. Pego o carro e dirijo até em casa. Penso em ligar para Yuri dizendo que estou com preguiça de me arrumar para ir à festa. Mas acho melhor ir, afinal os dias de liberdade para sair estão acabando. Em dez dias, Téo estará conosco.
20h00 Yuri chega e me ajuda a preparar minha fantasia. Em clima de Copa, ele vai de torcedor do Brasil e eu de Jabulani, a bola da Copa. Visto uma blusa branca e a gente cola os desenhos da bola na minha barriga.

21h30 Chegamos na festa, no Porcão. Tem banda, está bem animado. Mas não consigo ficar em pé. Não tem onde sentar, as poucas mesas estão ocupadas. O garçom consegue uma mesinha extra em consideração ao tamanho da minha barriga. Conversamos com todo mundo. Aproveito para matar a fome e a gula comendo zilhões de pasteizinhos. Na abstinência de álcool, encho a cara de guaraná. Afinal, é uma das últimas festas que irei sem me preocupar!
23h00 A festa fica cada vez mais animada, a pista está bombando. Mas eu só consigo mesmo ficar sentada. Comendo pastelzinho e tomando guaraná. Sinto que a bexiga está cheia, mas vou deixar para ir ao banheiro antes de sair porque é perto da porta.
24h00 Cansada, chamo Yuri para irmos embora. A gente se levanta, nos despedimos dos amigos. De repente, a pressão na bexiga aumenta muito e sinto um líquido quente escorrer pela perna. “Ops, amor, precisamos correr! Estou fazendo xixi nas calças”. Yuri não entende direito, mas me segue. No meio do caminho, ele resolve me apresentar para alguém!!! Pela minha cara, a pessoa deve ter entendido que euzinha aqui estava desesperada, não me segurou por muito tempo.
Depois de ir ao banheiro, fomos em direção ao carro. No meio do caminho, comentei com Yuri: “olha, acho que minha bolsa se rompeu”. Ele não acreditou: “O médico explicou que é normal as mulheres se confundirem no fim da gravidez, porque a bexiga fica muito pressionada e o xixi vaza”. Tudo bem, vamos para casa.
12 de junho de 2010, sábado
1h00 Depois de tomar banho, chamo Yuri e digo: “continua vazando um líquido de mim e é rosa!”. “Ok, vamos ligar para o médico”. Doutor Tartaruga pediu para a gente ir até a maternidade para fazer um exame com o GO de plantão. A gente liga para a família inteira. Minha sogra passa lá em casa na saída de uma festa para ver se a gente precisa de ajuda.
2h00 Minha mãe, meu pai, minha irmã, meu cunhado e meu irmão chegam ao hospital junto com a gente. Faço a ficha.
3h00 A médica me examina. Sim, minha bolsa está rompida. Mas não estourou de uma vez, está vazando aos poucos. Tenho um centímetro de dilatação e nenhuma contração. Ligo para o Doutor Tartaruga, que pede que eu vá para casa e volte para o hospital às 7h.
3h30 Tento dormir um pouco.
4h30 Acordo Yuri: estou começando a sentir dor. O intervalo entre as contrações é de dez minutos. Ele massageia minhas costas durante a contração. É uma dor forte que começa nas costas, como se a coluna fosse rasgar e termina na frente, como cólica.
5h00 A dor piora. Massagear e caminhar não adianta mais. Entro no chuveiro para ver se a água quente alivia um pouco.
5h30 Nem a água quente ajuda mais. As contrações acontecem de cinco em cinco minutos. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!! Dói! Peço para ir para o hospital.
6h00 Doutor Tartaruga chega. Estou jogada numa cadeira esperando. Enquanto ele e Yuri fazem a papelada, eis que surge, finalmente, uma alma caridosa que me leva para a enfermaria. Pouco depois, Doutor Tartaruga me examina. Estou com quatro centímetros de dilatação e contrações com intervalos menores que cinco minutos. Tudo indica que estou meio caminho andado para o parto normal, como queria. Mas as dores estão beirando o insuportável. Dói muito. Em vez de me tranqüilizar ou oferecer uma analgesia, Doutor Tartaruga fica pensando no churrascão de sábado que ele vai perder e me faz a proposta: “Quer fazer uma cesárea? Em uma hora seu bebê estará com você”.
6h30 Fico na dúvida, mas não resisto. É muita dor! “Parto normal não tem nada de normal! Vamos para essa sala de cirurgia acabar com isso logo!” Visto a camisolinha. Na sala de cirurgia, estão Yuri e Ju, minha amiga médica que tem passe livre em salas de cirurgia.
7h11 Téo nasce. Doutor Tartaruga e o pediatra desalmado do plantão levam meu filho embora sem me mostrar. Yuri vai junto. Ju volta e me diz que Téo está bem, que estão limpando ele. Na sala de recuperação, a enfermeira o leva pra mim. Estou sem óculos. Seis graus de hipermetropia e três de astigmatismo. Mas consigo ver. Olho para ele, ele me olha de volta. Um olhinho mais aberto que o outro. Põe a mãozinha na frente e gira, como em todas as ecografias 3D que tentei fazer para ver o rostinho dele. Mas agora ele está ali bem pertinho. Tem um cheirinho delicioso. Indescritível. Amor à primeira vista. Amor eterno.

Téomaki

PS: No próximo post, vou contar minhas reflexões sobre tudo que aconteceu. Aqui está apenas o relato dos fatos, como os vivenciei no dia mais importante da minha vida.

26 de abril de 2011

A dura tarefa de conciliar maternidade com profissão

Quando Téo era menor eu tentava estudar enquanto ele dormia ou estava distraído com algum brinquedo. Era um olho no computador, outro no bebê, que ainda não se locomovia por iniciativa própria. Desde que ele fez nove meses, passou a ser essencial ter uma babá para que eu pudesse estudar, já que meus olhos não podiam mais se afastar dois segundos dele sem protestos ou uma tentativa de se jogar da cama...
Uma vez o Yuri ficou rindo: eu estava com o computador no colo e Téo sentado do meu lado, com um brinquedo. Era só eu colocar o olho na tela que ele resmungava. Aí eu olhava para ele e ficava tudo bem, até que eu me virasse para o computador de novo. Tsc tsc... E essa era minha rotina, dividida entre a pesquisa e o Téo. Confesso que o bebê ganhou de lavada dos estudos, porque a maior parte do tempo era dele.
Com a babá senti uma sensação que não experimentava há muito tempo: poder sentar para ler um artigo e ir até o fim. Começar a escrever alguma coisa e terminar. Foi ótimo! Mas vieram as consequências: agora, Téo gosta de outras pessoas além de mim! Se eu tento pegá-lo no colo quando ele está com a babá, ele ri e a abraça. Faz a mesma coisa com o pai. Yuri acha que estou exagerando e sendo dramática. Mas é difícil perceber que não sou mais a única “pessoa preferida” dele.
Antes, eu passava o dia com ele, dava os banhos, o almoço, o lanche da tarde, a janta, brincava com ele à tarde, colocava para dormir. Eu recebia todos os sorrisos, ouvia todas as gargalhadas, ficava com todos os abraços. No fim do dia, quando ele fechava o olho, eu caía na cama exausta, com as unhas por fazer e olheiras profundas, mas com o coração muito feliz. Só que quando olhava o “rendimento” da minha pesquisa, ficava arrasada.
Agora, posso estudar e participar das atividades que quiser, mas passo o dia remoendo o fato de o Téo gostar da babá e de preferir o colo do pai, que fica com ele de manhã. Fico pensando se ele vai me culpar no futuro por não ter cuidado dele o tempo todo, se vai me perdoar por ter meus próprios interesses. Tá, isso tudo é uma bobagem enorme, que não deveria nem ser dita depois de tanta luta das mulheres para se libertarem do papel exclusivo de “mães”. Mas eu sinto isso! Esse é o problema.
Percebo que nós mulheres estamos condenadas a um sofrimento insolúvel: o drama da divisão, graças ao nosso papel de mães e, atualmente, à cobrança de sucesso profissional. Minha mãe escolheu se dedicar só aos filhos até que estivéssemos grandinhos. Resultado: se ressente dos prejuízos que a impediram de ter uma vida profissional satisfatória. Também conheço histórias de mulheres que choram porque não vão chegar em casa a tempo de verem os filhos acordados. E elas lamentam serem mães ausentes.
Eu posso me considerar uma privilegiada! Minha atividade de doutoranda me permite ficar em casa. Mesmo assim sinto que não me dedico à pesquisa tanto quanto uma mulher solteira e sem filhos, e também não sou uma mãe 100% , como as que podem ficar em casa só acompanhando a criação deles. Ó, Deus! Estaremos fadadas à mediocridade? Ou condenadas a abrir mão de alguma coisa?
Espero que a resposta seja não. Ainda estou aprendendo a lidar com tantas novidades e isso gera uma angústia, que imagino que não seja só minha. Acho que, com o tempo, vamos aprender a conciliar melhor tantos papéis, necessidades, cobranças... Que as nossas filhas tenham isso mais bem resolvido, para além do discurso feminista e do passado machista que deixa marcas no inconsciente.
Enquanto isso, me contento com o que eu tenho: Téo não dorme com a babá! Não aceita que ela o coloque para dormir. Nem cochilos ele tira com ela. Eu tenho que confortá-lo em meus braços, cantar para ele, deitá-lo no berço, dar para ele o travesseirinho, fazer um cafuné e deixá-lo no escurinho ainda ouvindo minha voz cantando, enquanto fecho a porta. Quando ele está com sono, vem para o meu colo esteja com quem estiver... J

Bebê 1 X 0 Hemagioma

Nessa nossa última ida a São Paulo, tivemos uma excelente notícia. A Dra. Heloísa disse que Téo está tão bem que podemos suspender o remédio que ele tomava duas vezes por dia para controlar o hemangioma. A resposta dele ao tratamento com o propanolol foi muito boa: o normal é parar com o remédio quando a criança completa um ano. Ele está com dez meses.
Agora, temos que acompanhar para ver se o hemangioma volta a crescer. Ainda existe essa chance. Mas se voltar, basta retomar a medicação. A doutora disse que nunca mais a situação de Téo será alarmante como foi. Mesmo que não cresça, o acompanhamento é importante, porque a tendência daquelas células voltarem a se multiplicar loucamente está lá, no DNA do hemangioma...
Vamos voltar a São Paulo daqui a quatro meses. Se estiver tudo bem, podemos começar a avaliar a possibilidade de fazer o tratamento com o laser específico para esses casos, que destrói só as manchas vermelhas, sem danificar a pele. Só lá tem esse laser. É importante alertar quem tem filhos com hemangiomas que os outros tipos de laser, os que tem aqui em Brasília por exemplo, não servem para esses casos.
Aliás, é impressionante a falta de informação dos médicos daqui de Brasília sobre hemangiomas. Teve um dermatologista, famoso por aqui, que queria injetar corticóide com uma seringa na boca do Téo!!! Dra. Heloísa disse que isso teria provocado a morte de todo o tecido da região, o do hemangioma e a parte saudável, provocando uma enorme cicatriz no bebê! Aff, só de pensar tremo toda...
Para não falar só dos médicos, a falta de informação nos pais também causa “estragos”. Muitos veem o bebê melhorar e suspendem o propanolol por conta própria, prejudicando a recuperação da criança. Outros preferem seguir o conselho ERRADO, mas muito mais prático, de esperar para ver. E ficam vendo o hemangioma crescer, crescer, na expectativa de que um dia “puff”, desapareça sozinho sem deixar marcas.
No hospital, na quarta-feira passada (20/04), Téo conheceu Ana Clara. À primeira vista ela poderia estar lá só acompanhando alguém. Quando a mãe puxou conversa comigo é que descobri que ela também teve um sério hemangioma. Agora, com quase dois anos, tem só uma marquinha na boca, que dá pra ver quando a gente chega perto. A mãe, cujo nome eu nem sei, virou minha “melhor amiga”, naquele sentimento de compaixão que une quem passa pelo mesmo perrengue. Antes de entrar no consultório, disse: “Quem sabe eles não viram namorados no futuro?”...